Histórico
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SEDIÇÃO DE 1720

O Julgamento de Filipe dos Santos, óleo de Antônio Parreiras.

A Sedição de 1720 ocorreu em Vila Rica entre os meses de junho e julho de 1720. O objetivo desse motim era depor o Conde de Assumar e formar um novo governo nas Minas Gerais. As forças em confito se opunham formando dois campos. De um lado, o Conde de Assumar buscava fortalecer a estrutura e a imagem política do governo na capitania, do outro, os futuros líderes do movimento se opunham a instalação das casas de fundição, à expulsão dos clérigos das zonas de mineração, entre os quais vários mineravam e participavam do contrabando; ao comportamento do ouvidor de Vila Rica, Martinho Vieira, que desagradava os poderosos da época; e à perda das patentes militares devido a organização dos Dragões, até esse período o governo não contava com guarda própria. Em meio a esse embate os vereadores da Câmara e a população dividiram-se. (pop referências bibliográficas FONSECA, Alexandre Torres. A Revolta de Felipe dos Santos. In: As Minas Setecentistas. Maria Efigênia Lage de Resende e Luiz Carlos Villalta (org.). Belo Horizonte: Autêntica, Companhia do Tempo, v.1, 2007. p.549-566; Discurso histórico e político sobre a sublevação que nas minas houve no ano de 1720. Belo Horizonte: Centro de Estudos Históricos e Culturais, Fundação João Pinheiro, 1994. 193p; VASCONCELOS, Diogo de. História antiga das Minas Gerais. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda, 1974; e o texto Sedição de 1720: o diagrama do poder e suas tensões, disponível no site do Projeto de Implantação do Parque Arqueológico Morro da Queimada).

 

ATORES DA SEDIÇÃO

Entre os principais líderes são recorrentes os nomes de Pascoal da Silva Guimarães, minerador, comerciante e mestre-de-campo que tornou-se um dos homens mais ricos dessa época; Dr. Manoel Mosqueira da Rosa, ex-ouvidor de Vila Rica; Sargento-Mor Sebastião da Veiga Cabral, ex-governador da Colônia do Sacramento; Frei Vicente Botelho; Frade Bento e Frei Francisco de Monte Alverne. Outros participantes são citados em diferentes textos, como Felipe dos Santos, agitador, como tropeiro e ferrador, talvez, pelo seu envolvimento, para Pascoal da Silva.

Dinâmica e repressão
A Sedição de 1720 apresentou momentos tensos como o cerco de Vila do Carmo (atual Mariana) por aproximadamente 1.500 homens armados pelos líderes da sedição. Após meses de ameaças, acordos e desconfianças, o movimento foi desarticulado e os líderes foram presos. O agitador Felipe dos Santos que foi preso em Cachoeira do Campo teve um fim diferente. Ele foi levado para a sede de Vila Rica e foi sumariamente julgado, enforcado e esquartejado. Os outros líderes entre os quais Pascoal da Silva Guimarães, foram enviados para o Rio de Janeiro; nessa cidade faleceu o Frei Vicente Botelho, os demais foram encaminhados para Portugal.

Do passado ao futuro desse movimento
A versão romantizada do levante criada no século 19 e reeditada até o presente destaca 1720 como um marco da história cívica e o germe do futuro nacionalismo oitocentista brasileiro. Diferentemente o estudo do período revela que os amotinados não desejavam o rompimento com Portugal e buscavam implementar um novo desenho para o poder local. A sedição resultou em um efeito contrário ao que fora projetado com o fortalecimento da imagem e da presença do governo na capitania.

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